Depois de toda a polêmica envolvendo o Facebook removendo links de notícias de sua plataforma na Austrália e o Google ameaçando deixar o país, o parlamento australiano finalmente aprovou uma lei que vai obrigar os dois gigantes da Big Tech a financiar o jornalismo no país.
Para pressionar o governo local, o Facebook removeu os links de notícias da mídia australiana de seus site, e até acabou removendo páginas de serviços de emergência e de informação sobre a pandemia. A empresa retrocedeu na decisão, mas a ação gerou ultraje e protestos por todo o mundo. Depois das reações negativas, a companhia de Zuckerberg teve que acabar aceitando uma versão menos dura da lei proposta na Austrália.
Na proposta inicial do Código de Negociações de Mídia de Notícias, cada uma das partes (um meio de jornalismo e uma companhia de tecnologia) teria que fazer uma proposta, que depois seriam julgadas por um árbitro independente. Depois de muita negociação, o governo australiano mudou a lei para que o Facebook não precise passar pelo árbitro, isso se conseguir convencer os legisladores de que “fez uma contribuição significativa para a sustentabilidade da indústria de notícias australiana, através de acordos comerciais com negócios de mídia”.
Há anos o Google vinha impedindo esforços políticos para obrigar a companhia a financiar o jornalismo em vários países. Com a aprovação da lei na Austrália, parece que a Big Tech vai encarar leis similares em outras nações, como o Canadá e em membros da União Europeia.
Um pouco antes que a lei fosse aprovada, Facebook e Google começaram a fechar negócios com empresas de mídia australiana, na tentativa de mostrar que uma legislação mais severa não era necessária. E aparentemente funcionou. Agora, as companhias do Vale do Silício estão usando a mesma abordagem em outros países, ou seja, fechando acordos voluntários com empresas de mídia.
Via ArsTechnica
Imagem: Patrick Szylar / Unsplash