Com o intuito de tornar a experiência de jogar xadrez contra um computador mais agradável, pesquisadores desenvolveram um mecanismo de inteligência artificial que também é capaz de cometer erros e perder. Em outras palavras, o jogador mecânico desenvolvido pelos pesquisadores da Universidade de Cornell não visa necessariamente vencer os adversários de carne e osso.
Atualmente, os sistemas de inteligência artificial criados para os jogos de xadrez não perdem mais para os seres humanos. A primeira vez em que um computador venceu um mestre do jogo foi em 1997, quando o Deep Blue da IBM derrotou o campeão Garry Kasparov. A partir de então, os jogadores vêm acumulando derrotas em cima de derrotas para os jogadores de inteligência artificial no xadrez, a ponto de estarem na fila há 15 anos em torneios.
Conhecido como Maia, o novo recurso é capaz de errar como os humanos, para que suas partidas de xadrez possam proporcionar uma experiência mais nivelada (e divertida). O Maia participou de mais de 40 mil partidas na primeira semana em que foi lançado no servidor de xadrez online gratuito lichess.org.
Para desenvolver o Maia, os pesquisadores personalizaram o sistema de código aberto Leela, baseado no programa AlphaZero da empresa britânica Deep Mind, que tem como foco pesquisas e desenvolvimento de máquinas de inteligência artificial. O AlphaZero toma decisões de xadrez com os mesmos tipos de redes neurais usadas para classificar imagens ou linguagem.
Errar é humano
Os sistemas de inteligência artificial de xadrez atuais não têm nenhuma concepção de quais erros os jogadores humanos adversários normalmente cometem em um determinado nível de habilidade. Eles não conseguem separar distintamente vícios de partida da pessoa, ou quais erros comuns ela comete, que precisam ser melhorados ou trabalhados.
O algoritmo de inteligência artificial usado no novo mecanismo de xadrez caracteriza quais erros são típicos de cada nível de jogador. Ao identificar tais erros, ele entende onde os jogadores devem trabalhar e melhorar em suas partidas e onde não devem, a partir do nível em que se encontram.
Além de tornar as partidas mais niveladas, o Maia foi treinado em movimentos de xadrez humanos individuais ao invés do objetivo geral de ganhar um jogo. Assim, ele essencialmente foi treinado para imitar o comportamento humano.
Via Olhar Digital e SlashGear
Imagem: marchmeena29 (iStock)