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A greve geral dos caminhoneiros realizada entre os dias 21 e 30 de maio de 2018 literalmente parou o Brasil. Os manifestantes bloquearam rodovias, às vezes com o uso da violência, interromperam o abastecimento de comida e combustíveis e causaram 10 dias de caos em todo o País.
Eles reivindicavam, entre outros pontos, a criação de um marco regulatório, a redução no preço do diesel e o ajuste de preços dos fretes. Menos de dois anos após o 1º ato, uma pesquisa realizada pelo aplicativo TruckPad indicou que um novo movimento teria o apoio da maioria da categoria. Mas não se assustem com os números que você verá abaixo, pois uma nova greve deve ficar apenas na intenção.
Atendendo ao Vida Celular, Carlos Mira, CEO da TruckPad, empresa responsável pelo aplicativo do mesmo nome, falou sobre o tema. O executivo não acredita que os números mostrados pela pesquisa saiam do papel e se tornem, efetivamente, um novo movimento geral com potencial para causar danos econômicos ao Brasil em um momento já bastante complicado por conta da pandemia e outros fatores.
Segundo Mira, o motivo não é uma falta de vontade dos caminhoneiros, (que os números deixam claro que existe), mas, sim, a desorganização da categoria. “Não vejo nesta categoria os pré-requisitos essenciais para que uma paralisação de grande magnitude aconteça. Não há uma liderança definida e percebida entre os caminhoneiros e a categoria não é bem organizada institucionalmente, o que torna a greve um movimento com poucas chances de ocorrer”, disparou.
“Os dados mostram um cenário de potencial adesão de 74% dos entrevistados, mas a falta de uma liderança e a consequente precariedade na organização do movimento, torna pouco provável uma paralisação da categoria agora. O problema está na articulação e na organização logística de um movimento gigante como esse”, complementou o CEO, já adiantando alguns dos números da pesquisa realizada pelo próprio aplicativo.
Como já foi dito, a pesquisa realizada com os usuários do app TruckPad, hoje com mais de 1,2 milhão de downloads realizados, apontou que a maioria esmagadora dos caminhoneiros que a responderam (o número exato não foi divulgado pela empresa) participaria de uma nova greve. De acordo com os dados obtidos pela reportagem, 74% dos motoristas cadastrados na plataforma (que responderam à pesquisa) consideram aderir a uma possível nova paralisação, enquanto os demais (26% dos entrevistados) afirmaram que não participariam de uma hipotética segunda greve geral dos caminhoneiros.
Outros números da pesquisa apontaram que 70% “já ouviram falar” da possível paralisação. Deste total, 64% souberam por meio de redes sociais ou pela imprensa, enquanto 34% tomaram ciência da ideia ao conversar com “amigos de estrada” e uma parcela minoritária, de 2%, foi informada pelos sindicatos da categoria. A movimentação atual da categoria começou pela discordância entre os preços da manutenção dos veículos ante o preço do frete, além do valor do diesel na tabela da Petrobras (assim como em 2018).
Desta vez, ao contrário do que ocorreu em 2018, a resolução deve ser pacífica. Durante o governo Michel Temer, o Exército chegou a ser chamado para permitir que caminhões com alimentos e outros insumos furassem a barreira durante a greve dos caminhoneiros. Nesta terça (19/01), ao saber da iminência de uma possível nova manifestação, o Governo Federal anunciou que a tarifa de importação de pneus, que era de 16%, agora será zerada.
O TruckPad foi criado em 2013 e desenvolvido especialmente para conectar caminhoneiros e cargas na América Latina. Responsável pela pesquisa que apontou a aprovação da categoria a uma nova greve dos caminhoneiros, o TruckPad foi fundado pelo próprio Carlos Mira, empresário que trabalha no ramo de transporte rodoviário há mais de três décadas.
A plataforma conta com mais de 500 mil motoristas cadastrados e tem investidores de peso, como Mercedes-Benz, Maplink, Plug and Play Tech Center e FTA (Full Track Alliance), empresa chinesa do setor de transportes.
“O TruckPad tem em seu DNA a proposta de atuar de forma muito próxima aos caminhoneiros, sendo referência em um sistema que, usado corretamente, oferece garantia de frete e não deixa o profissional suscetível à fraude. Essa tecnologia tem ajudado profissionais do Brasil todo a melhorar o seu dia a dia”, concluiu Mira. O executivo aproveita para assegurar que a pesquisa não reflete nenhum posicionamento ou opinião da TruckPad sobre uma possível nova greve dos caminhoneiros, apenas apresenta os dados.
Imagem: Bim (iStock)