A chinesa Huawei não sofrerá oposição de Bolsonaro para participar do leilão para fornecimento de tecnologia 5G no Brasil. A derrocada de Donald Trump nos Estados Unidos e os valores relacionados às redes de celular da próxima geração podem estar influenciando no recuo do presidente.
Informações coletadas de pessoas da indústria e até mesmo do governo brasileiro no último sábado dão conta de que, apesar do alinhamento ideológico com Trump, Bolsonaro não terá como seguir adiante com suas ações contra a empresa da China. O atual presidente do Brasil, assim como o quase ex-presidente dos EUA, acusa a Huawei de compartilhar dados confidenciais com o governo comunista chinês. Ambas as acusações não são acompanhadas de provas.
No mês passado, Bolsonaro ainda mantinha forte posicionamento contra a Huawei no Brasil. O governo brasileiro chegou a buscar formas legais de impedir que a empresa chinesa participasse das negociações para fornecimento de tecnologia 5G no país. Porém, a narrativa tem ficado enfraquecida, diante da saída de Donald Trump do governo dos Estados Unidos. Na quarta-feira, 20 de janeiro – a cerca de 24 horas de quando esta matéria foi escrita – Joe Biden assume a presidência.
Pressão da indústria e de dentro do governo
Além da China ser o maior parceiro comercial do Brasil, a Huawei possui um potencial muito grande para competir em preços no leilão. Para a indústria brasileira, Bolsonaro precisa recuar de suas investidas contra a Huawei, que podem gerar grande prejuízo ao setor. O vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, também segue nessa linha.
Para o general da reserva, todas as empresas que fornecerem as garantias necessárias sobre o respeito à soberania nacional e à proteção de dados do Brasil estão autorizadas a oferecer propostas envolvendo a tecnologia 5G. Esses movimentos em conjunto podem evitar que prejuízos de grande magnitude interfiram na chegada das novas redes de celular no país.
Com relação a Donald Trump, às vésperas de deixar o cargo que será ocupado pelo democrata Biden, o republicano seguiu com as investidas contra a Huawei. Fornecedores de semicondutores foram notificados sobre a decisão de serem revogadas suas licenças para venderem à empresa chinesa. Além disso, outras ações do governo americano foram relatadas envolvendo vários outros pedidos dessa natureza.
Via Reuters