A disputa pelo controle do mercado de vendas de ingressos online ganhou mais um capítulo. A Ticketmaster admitiu que hackeou uma empresa rival utilizando logins e senhas roubados de um ex-funcionário. Nesta segunda-feira (4), a companhia foi condenada na justiça, e concordou em pagar uma multa de US$ 10 milhões, ou algo na faixa de R$ 50 milhões em conversão direta.
No julgamento, a empresa disse que um funcionário seu enviou credenciais de login para várias contas que a rival usava para gerenciar as vendas de ingressos pré-venda. Pelo menos 14 empregados da Ticketmaster tiveram acesso aos dados roubados.
Posteriormente, o mesmo funcionário que hackeou os logins também forneceu para executivos da Ticketmaster documentos financeiros internos e confidenciais com informações sobre a companhia rival, onde ele havia trabalhado. Após o crime, o mesmo homem foi promovido para diretor de relações com clientes e recebeu um aumento.
Promotores federais de Nova York acusam a Ticketmaster de violações da Lei de Fraude e Abuso de Computador, invasão de computador para obter vantagem comercial ou ganho financeiro privado, invasão de computador para promover a fraude, conspiração para cometer fraude eletrônica e fraude eletrônica.
Empresa fechou as portas
O nome da empresa que a Ticketmaster admitiu que hackeou não foi divulgado, mas, segundo a Variety, essa empresa era a Songkick, que em 2017 entrou com uma ação acusando a rival de ter invadido seu banco de dados. Posteriormente a companhia acabou saindo do mercado.
“A Ticketmaster usou informações roubadas para obter vantagem sobre a concorrência e, em seguida, promoveu os funcionários que infringiram a lei.”, disse o diretor assistente do FBI William Sweeney Jr. “Quando os funcionários saem de uma empresa para outra, é ilegal para eles levar informações proprietárias com eles” , completou ainda.
Além de pagar a multa de US $ 10 milhões, a Ticketmaster também concordou em manter um programa de conformidade e ética projetado para prevenir e detectar invasões futuras e aquisições ilegais de informações confidenciais de concorrentes.
Fundada num longínquo 1976, a Ticketmaster é a maior empresa de comércio de ingressos. Pelo seu aplicativo, é possível também revender ingressos já comprados. Já foi processada, acusada de práticas monopolistas para inflar o preço dos ingressos, até pela banda Pearl Jam, em 1996. Em 2019, teve que pagar US$ 3,4 milhões ao Bureau da Concorrência do Canadá, organização criada para combater monopólios.
Via Ars Technica
Foto: Tobias/Pixabay