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O retorno ao trabalho presencial em meio à pandemia da Covid-19 está tirando o sono de muita gente. Agora, quem se manifestou foi um grupo de mais de 200 moderadores de conteúdo do Facebook.

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Em carta aberta publicada recentemente no Workplace (software de comunicação interna da empresa) e endereçada a Mark Zuckerberg, Sheryl Sandberg, Anne Heraty, CEO da CPL e Julie Sweet, CEO da Accenture, é dito que “a companhia está colocando os moderadores e suas famílias em risco ao exigir que voltem ao trabalho.

O embate provocado entre moderadores e o Facebook por conta da pandemia, levou a categoria a denunciar  que embora trabalhadores com atestado médico possam ser dispensados ​​de ir ao escritório, quem tem familiares em grupo de risco não contam com a mesma proteção.

Os moderadores de conteúdos do Facebook pediram a alta cúpula da companhia bem como das terceirizadas Accenture e CPL, que tomem medidas urgentes de proteção e valorização profissional. Mas, segundo informaram, diante da recusa publicaram a carta “porque não temos escolha”.

O motivo pelo qual o Facebook está pressionando o retorno ao trabalho presencial seria que os algoritmos não atingiram o nível necessário de sofisticação para moderar o conteúdo automaticamente. Ou seja, a moderação baseada em Inteligência Artificial da empresa está a “anos-luz” de ser verdadeiramente eficaz.

A carta revela ainda que por conta própria e sem informar o público, o Facebook desenvolveu um experimento massivo com moderação de conteúdo 100% automatizado que, em tese,  filtraria certas variedades de conteúdo como violência gráfica ou abuso infantil, por exemplo.

Como resultado, a IA filtrou erroneamente conteúdos importantes e deixou passar conteúdos arriscados, incluindo violência. Geralmente são os moderadores de conteúdo, que têm o primeiro acesso ao material perturbador, como vídeos de crimes violentos. Por isso, o Facebook admite que depende de uma combinação de moderadores humanos e sistemas automatizados.

Moderadores do Facebook reinvindicam medidas de proteção durante a pandemia – crédito Shutterstock

Muito antes da pandemia

A carta também expôs questões anteriores à pandemia, como a falta de cuidados com relação à saúde mental, precarização ao manter subcontratos ao vez de tempo integral, longas jornadas de trabalho, baixos salários e trauma psicológico. Como a carta explica, durante o Covid, os moderadores do Facebook que monitoram conteúdos quanto a abuso infantil tiveram sua carga de trabalho aumentada mas não receberam “nenhum apoio adicional”.

Em comunicado oficial o porta-voz do Facebook contestou parte das reclamações. “Priorizamos sua saúde e segurança dos revisores de conteúdo. Embora acreditemos manter um diálogo interno aberto, essas discussões precisam ser honestas. A maioria dos 15 mil revisores de conteúdo têm trabalhado em casa e continuarão durante a pandemia”, rebateu.

Em entrevista concedida em março, Mark Zuckerberg disse que a maior parte da equipe teria permissão para trabalhar em casa até que “as autoridade de saúde pública desse uma resposta suficiente” e que a empresa dependeria mais da automação. Aparentemente, essa barreira foi eliminada em meados de outubro, quando o Facebook informou às equipes de moderação de conteúdo que deveriam voltar a trabalhar nos escritórios de forma presencial.

Atualmente o Facebook mantém um grupo de moderação de cerca de 35 mil trabalhadores pelo mundo. Em maio, a empresa pagou US$ 52 milhões numa ação coletiva em nome dos revisores que disseram ter desenvolvido PTSD (síndrome ou perturbação de stresse pós-traumático) como resultado do trabalho.

Em um sinal de reconhecimento sobre as dificuldades da função, o Facebook fechou um acordo judicial se comprometendo a pagar US$ 52 milhões a trabalhadores que desenvolveram a síndrome do estresse pós-traumático como resultado da atividade.

Via Engadget.