A Intel anunciou na noite da segunda-feira (26/7) que vai passar a fabricar processadores para outras empresas, incluindo concorrentes como a Qualcomm. O plano da companhia é retomar a liderança da indústria de semicondutores até 2025. Para isso, vale até abrir mão da clássica arquitetura x86, que vem dos anos 1970 e é utilizada nos núcleos de processadores como o tradicional Intel Core, e adotar a já hegemônica arquitetura Arm.
Para retornar ao topo da fabricação de chips, um posto hoje ocupado por Samsung e TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Co.), a Intel lançará cinco tecnologias que devem aprimorar a forma como os transistores são projetados, entre elas a RibbonFET e a PowerVia. RibbonFET é um novo modelo para circuitos de transistores que permitirá à Intel construir chips menores e mais potentes. Já a PowerVia deve ajudar a gerenciar o consumo de energia pelos semicondutores. Ambas as tecnologias serão integradas ao processo de fabricação Intel 20A.
O CEO da companhia americana, Pat Elsinger, também confirmou que, em 2025, a empresa vai adotar uma técnica de fabricação mais eficaz. Trata-se da litografia com luz ultravioleta extrema (EUV, na sigla em inglês), uma tecnologia que permite a produção de processadores mais rápidos e precisos.
Parcerias com Qualcomm e Amazon e mudanças na denominação dos nódulos
Os primeiros clientes da Intel na nova fase já são nomes de peso: Qualcomm e Amazon. A Qualcomm deve integrar aos seus chips o processo Intel 20A, enquanto a Amazon vai incorporar uma tecnologia de empacotamento da companhia americana para produzir chipsets. “Houve muitas, muitas horas de envolvimento técnico e profundo com esses dois primeiros clientes”, disse Elsinger, durante a apresentação.
Ainda não ficou claro, no entanto, quais processadores da Qualcomm serão produzidos, de fato, pela Intel. Atualmente, a primeira empresa conta com a Samsung para fabricar alguns de seus processadores Snapdragon. Se a Intel tomará agora a tarefa no lugar da fabricante sul-coreana, é um mistério — vale dizer que a empresa da Califórnia antes cortejou a Apple para assumir a fabricação dos chips A e M.
A Intel mudou ainda a nomenclatura dos nódulos de processamento. Antes, os processos eram batizados de acordo com o tamanho dos transistores; agora, para competir com outras fábricas, a empresa vai mudar para o que descreve como “rotulagem padrão” da indústria. O nódulo de 7nm da Intel, por exemplo, será chamado de Intel 4, enquanto o processo Enhanced SuperFin vai mudar para Intel 7.
Via Reuters e Digital Trends
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