Um novo levantamento feito pela fundação Arm indica que os games hardcore ou competitivos estão ganhando espaço em relação aos títulos casuais de celular. De acordo com a empresa, os usuários estão a cada dia mais se habituando a ideia de um smartphone como videogame, e para os velhos joguinhos de celular, essa não é uma boa notícia.
A Arm Holdings, ou apenas Arm, é a empresa conhecida pelo desenvolvimento da arquitetura de chips homônimos utilizada para a produção dos processadores dos smartphones. Recentemente ela foi adquirida pela Nvidia por cerca de US$ 40 milhões (aproximadamente R$ 240 bilhões), mas segue executando projetos e pesquisas independentes da marca de GPUs.
O que são jogos competitivos ou hardcore?
Os games hardcore, competitivos ou de alta fidelidade, são aqueles que apresentam gráficos avançados e mecânica ou jogabilidade complexa no celular, como Call of Duty Mobile, Fortnite, Genshin Impact e League of Legends: Wild Rift. Segundo a pesquisa, estes games estão entre os favoritos de 9 em cada 20 proprietários de Android na China, uma métrica de quase 50%, enquanto em países como os EUA e a Europa seguem com números um pouco menores, mas que ainda representam avanços no segmento.
De acordo com a Arm, regiões como os EUA e a Europa tiveram grande participação na receita dos 200 jogos mais lucrativos de iOS e Android no último ano. Juntos, o crescimento destes games representa cerca de 6% para títulos hardcore e 33% para jogos casuais. Além disso, a projeção é que a adesão aos celulares seja ainda maior, uma vez que a tendência de muitos títulos está na adoção de sistemas cross-play, em que jogadores de plataformas distintas podem jogar juntos. Cerca de 94% dos jogadores ao redor do mundo também costumam a jogar títulos mobile. A previsão é que esta marca cresça 5,3% até 2023.
Jogos em nuvem e redes 5G
A pesquisa feita pela Arm também indica que outros fatores estão favorecendo o crescimento de jogos hardcore nos smartphones, como a popularidade recente de plataformas como a xCloud, da Xbox Game Pass, e a Apple Arcade, que permitem aos jogadores experimentarem games processados na nuvem diretamente dos seus celulares. Este elemento se completa com a proliferação das redes 5G na Ásia, Europa e Estados Unidos, algo que facilita a conexão.
Avanço tecnológico contribui para games mais potentes
Outro elemento importante para a popularização de games hardcore nos celulares do grande público está no salto tecnológico dos smartphones nos últimos anos. Enquanto em 2017, um jogador teria que adotar um modelo gamer como os aparelhos Razer ou ROG para jogar em alto desempenho, hoje, aparelhos equipados qualquer linha intermediária da Snapdragon ou Exynos desempenhará muito bem a maioria dos games.
Como exemplo, a pesquisa cita o Samsung Galaxy S21, cujo SoC Snapdragon 888 é capaz de proporcionar experiências próximas a de um console. De acordo com posicionamentos recentes da Qualcomm, a fabricante dos Snapdragon, a expectativa é que o abismo entre smartphones e videogames seja ainda maior com as próximas gerações de processadores gráficos.
Os favoritos do público
O levantamento da Arm também indicou quais são os games hardcore favoritos dos jogadores de celular. De acordo com a pesquisa, que se limitou aos dados do Android, PUBG Mobile, Call of Duty: Mobile e Free Fire estão entre os mais jogadores.
Além disso, os brasileiros estão entre os players que mais levam estes títulos a sério, figurando na segunda maior base de Call of Duty e primeira de Free Fire no mundo.
Brasileiros no topo
Os dados revelados pela Arm condizem com outra pesquisa divulgada nesta semana no mercado: a Twitter Gaming Talks que que traz semestralmente dados sobre o comportamento dos gamers na rede social. De acordo com o Twitter, os games hardcore no celular são uma verdadeira paixão entre os brasileiros, que figuram entre aqueles que mais conversam sobre o tema nas redes.
Via Android Central
Imagem: Call of Duty Mobile/Activsion