Documentos indicam que Google tornou configurações de localização intencionalmente difíceis de ativar - Vida Celular

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Documentos de uma ação judicial movida pelo estado do Arizona contra o Google revelam que a empresa tornou, de forma intencional, as configurações de localização no Android difíceis de ativar. De acordo com os documentos do processo, divulgados nesta segunda-feira (31/5) pelo Business Insider, o Google coletou dados de localização dos usuários mesmo após estes desativarem a função e pressionou fabricantes — entre eles, a LG — a ocultar as configurações de privacidade, uma vez que tais ajustes teriam se popularizado entre os usuários.

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O procurador-geral do Arizona, Mark Brnovich, entrou com processo contra o Google em maio de 2021, acusando a empresa de coletar dados de localização de usuários de forma ilegal e sem consentimento. Na semana passada, um juiz ordenou que novas seções dos documentos não fossem editadas em resposta à solicitação dos grupos Digital Content Next e News Media Alliance, que queriam divulgar as práticas da empresa americana.

Segundo o Insider, os documentos fornecem vários detalhes de como o Google torna obscuras suas técnicas de coleta de dados para não apenas confundir os usuários, mas seus próprios funcionários. Jen Chai, gerente de produto sênior para serviços de localização, disse não saber como as configurações de privacidade interagem entre si. Já um funcionário anônimo teria dito: “Então não tem como fornecer sua localização apenas a um aplicativo terceiro sem antes ao Google? Isso não parece algo que queremos na página principal do New York Times”. Outro anônimo teria acrescentado: “*Eu* preciso ter *minha* localização no *meu* telefone sem compartilhar essa informação com o Google. Deve ser assim que a Apple come nosso almoço”, aludiu ao fato de a concorrente, teoricamente, permitir maior nível de privacidade aos usuários.

Durante depoimento, Jack Menzel, ex-vice-presidente responsável pela supervisão do Google Maps, admitiu que a única forma do Google não descobrir a casa e o trabalho de um usuário é se a pessoa intencionalmente tirar o serviço do caminho ao definir as localizações como configurações aleatórias. Menzel deixou a empresa neste mês.

Privacidade em xeque

Diante do acesso frequente pelos usuários, o Google também pressionou as marcas de smartphones a manter as configurações de privacidade ocultas. De acordo com a documentação, quando o Google testou versões do Android que tornariam as configurações de privacidade menos difíceis de achar, o cenário foi considerado um “problema”, pois os usuários teriam a opção de assumir maior controle sobre o serviço.

Em sua defesa, o porta-voz da empresa, José Castañeda, disse por e-mail ao The Verge que “Brnovich e nossos concorrentes que estão conduzindo esse processo se esforçaram para descaracterizar nossos serviços. Sempre incorporamos recursos de privacidade em nossos produtos e fortalecemos controles robustos para os dados e localização. Estamos ansiosos para esclarecer as coisas.”

As revelações sobre a política de coleta de dados do Google vêm à tona em um momento que a empresa tenta melhorar sua imagem com o anúncio do Android 12. O novo sistema operacional, diz o Google, é mais seguro, e oferece maior transparência sobre os dados utilizados por cada aplicativo.

Via Tech Radar e Tom’s Guide

Imagem: LeoPatrizi/iStock