Por que recebo ligações de números desconhecidos que caem na hora que atendo? - Vida Celular

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Um drama comum para quem tem uma linha telefônica ativa — residencial ou móvel — é comumente receber ligações que, quando atendemos, caem no mesmo instante. Há algumas décadas, o movimento poderia ser comparado a um trote, mas quem está por trás disso não está tentando praticar nenhum tipo de brincadeira: geralmente é uma empresa tentando cobrar uma dívida (existente ou não), ou então oferecer seus serviços.

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Sim, as chamadas que nos desmotivam a atender o telefone quando o número é desconhecido muitas vezes partem de centrais de telemarketing. Você pode estar se perguntando o motivo delas entrarem em contato e a ligação ficar muda. É porque, bem, em um primeiro momento não é exatamente um atendente por trás do contato, mas sim um robô.

Os avanços da tecnologia não contemplam apenas os dispositivos que chegam às nossas mãos, mas também serviços da indústria, como nesse caso. Visando otimizar suas operações, centrais de telemarketing contratam sistemas de robocalls. O principal intuito da ferramenta é direcionar os recursos humanos disponíveis — os famosos atendentes — para telefones que foram confirmados como aptos a atenderem a chamada. Imagine que manualmente são muitas as tentativas frustradas, já que por inúmeras razões o consumidor pode estar indisponível para atender uma ligação. Nisso, o funcionário de uma empresa dessas perde minutos preciosos.

Sendo assim, os sistemas de robocalls conseguem disparar dezenas de chamadas de forma simultânea, e configuram uma rotina na qual caso a pessoa do outro lado da chamada atenda o telefone, a direciona imediatamente para um atendente. As linhas que não atendem voltam para a fila, enquanto os robôs seguem usando seus recursos para novas chamadas.

Um grande problema dos robocalls diz respeito aos recursos humanos. Não é incomum que o volume de disparos de chamadas seja tão grande que, mesmo que muitos usuários não atendam, a taxa dos que foram contatados com sucesso é tão alta que não há mais atendentes disponíveis. E é nessa hora que as ligações caem: o robô foi capaz de confirmar que você estava livre para uma conversa telefônica, mas não tinha ninguém para encaminhá-lo. Além disso, ele não está nem aí que você se frustrou nesse processo. Afinal, estamos falando de (e com) um sistema automatizado.

E não adianta bloquear o número

Infelizmente os disparos de centrais de telemarketing utilizam linhas temporárias e possuem uma variedade de números disponíveis. É ineficaz bloquear cada um dos números utilizados pelos sistemas de robocalls, porque mesmo que um identificador seja restringido, a infinidade de outros disponíveis dá conta perfeitamente de completar a chamada até o seu telefone.

Como acabar com as ligações que caem?

O mercado de telemarketing sempre teve comportamentos questionados nas esferas jurídicas e também pelos órgãos de proteção ao consumidor. Foram conquistados alguns mecanismos de prevenção para o usuário, como cadastros que impedem ligações para cobranças ou oferta de serviços. É necessário explorar as opções disponíveis em cada região do país, porque a legislação em muitos casos tem limitações regionais.

Por exemplo, o Não Me Ligue garante proteção a consumidores de São Paulo. Assim, se o seu telefone é do Rio de Janeiro (DDD 021), Belo Horizonte, MG (031) ou outros estados, esse serviço não é eficaz para o seu caso. Uma solução nacional é o Não Me Perturbe, mas que só funciona para evitar que empresas entrem em contato para oferecer serviços de telefonia, TV, internet e financeiros. O cadastro não impede que empresas façam cobranças, confirmem dados cadastrais e outros. Além disso, a adesão de instituições bancárias é voluntária. A empresa do ramo não interessada nesse movimento não é penalizada por ficar fora da iniciativa.

Sendo assim, não é possível — infelizmente — acabar de uma vez com as ligações que caem. Há formas de reduzi-las, como as citadas aqui. Mas também vale lembrar que o comportamento abusivo por parte de empresas de telemarketing pode e deve ser questionado nos órgãos cabíveis, como os Procons ou na esfera judicial.

Imagem: PeopleImages/Getty Images