Agência classifica ética digital de redes: Facebook tira C; LinkedIn, D - Vida Celular

Vida Celular

Tudo sobre os melhores celulares

Nós do Vida Celular e nossos parceiros utilizamos cookies, localStorage e outras tecnologias semelhantes para personalizar conteúdo, anúncios, recursos de mídia social, análise de tráfego e melhorar sua experiência neste site, de acordo com nossos Termos de Uso e Privacidade. Ao continuar navegando, você concorda com estas condições.

A agência de classificação EthicsGrade, com foco em governança de inteligência artificial (IA), realiza uma avaliação do que considera boas práticas ligadas a ética digital. E, nessa, o Facebook quase reprovou de ano, ficando com nota C. A pesquisa, divulgada nesta quarta-feira (31/03) pelo Tech Crunch, também analisou os “padrões éticos” de Twitter, VK e TikTok, entre outras redes sociais.

publicidade

De acordo com a EthicsGrade, as medidas de governança de IA implantadas pelo Facebook mostraram que há uma forte cooperação da empresa para “regulamentação de dados com a União Europeia e outros órgãos da indústria”. No entanto, escândalos como a manipulação de dados na rede social pela Cambridge Analytica durante as eleições nos EUA e o referendo do Brexit no Reino Unido contaram de forma negativa para a avaliação. A classificação C– correspondente ao valor de 50,3. Também se estende a Instagram e WhatsApp, uma vez que ambos operam sob a mesma estrutura.

“Queremos ser capazes de responder como o TikTok se compara ao Twitter ou o WeChat em relação ao WhatsApp”, explica Charles Radclyffe, fundador e idealizador da EthicsGrade. “E o que descobrimos essencialmente é que coisas como o RGPD [Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados, um conjunto de leis de privacidade que vigora na União Europeia] têm feito muito bem ao elevar o padrão em questões como privacidade e governança de dados. Mas em outras áreas que cobrimos, como risco ético ou práticas corporativas quanto a políticas públicas, são  questões mais técnicas.”

Para fechar a nota final, a EthicsGrade utilizou cinco critérios: estrutura, políticas públicas, “barreiras técnicas para confiabilidade”, risco ético e privacidade de dados. Entre as redes analisadas, o Twitter foi quem obteve a melhor avaliação ética, com a nota B, à frente de VK, Instagram e Facebook, todos com nota C. Abaixo da média, ficaram o LinkedIn, com 47,5, as plataformas chinesas Renren, com 44,5, e TikTok, com 41,9, e a alemã Xing, com 39,9.

Tabela mostra ranking de ética digital elaborado pela EthicsGrade

Facebook ficou em quarto lugar em ranking da EthicsGrade, agência que avalia ética digital em mídias sociais (TechCrunch)

Pesquisa baseada em algoritmos

A EthicsGrade utiliza modelos baseados em inteligência artificial para criar uma amostragem mais exata do padrão ESG, um sistema de classificação que avalia como companhias e investimentos impactam o meio ambiente e a sociedade e como esse impacto pode conduzir a riscos de negócio ou investimentos. A empresa adota PLN (processamento de linguagem natural) para automatizar sua análise de dados, o que inclui rastreamento de tópicos controversos e declarações públicas.

Segundo Radclyffe, o algoritmo de IA na avaliação é condicionado a uma análise centrada em questões humanas. Os dados são organizados para julgar “até que ponto as organizações implementam valores transparentes e democráticos, garantem informações consentidas e protocolos de gestão de risco e estabelecem um ambiente positivo para erros e aperfeiçoamentos”. A empresa também verifica quais medidas estão sendo postas em prática para gerenciar as consequências do uso de algoritmos e se estas estão de acordo com a ética digital, de transparência e valores democráticos.

“Nosso objetivo é alcançar proprietários e acionistas”, diz Radclyffe. “Se você olhar qualquer uma dessas empresas como, digamos, o Twitter, 29% dela pertence a cinco organizações: Vanguard, Morgan Stanley, Blackrock, State Street e ClearBridge. Se você olhar a estrutura proprietária do Facebook ou da Microsoft, são as mesmas empresas: Fidelity, Vanguard e BlackRock. Dessa forma, queremos convencer os proprietários e acionistas de que perguntas feitas por jornalistas há anos são pertinentes e relevantes para seus portfólios e é assim que nós estamos planejando causar nosso impacto.”

O executivo também explica que o conteúdo das publicações nas redes sociais não entra na avaliação. “O que nos preocupa é como eles governam sua tecnologia e onde podemos encontrar evidência disso”, esclarece. “O que fazemos então é escrever para cada empresa com nossa classificação e avaliação delas. Deixamos bem claro que a classificação é baseada em dados disponíveis de forma pública.”

Via TechCrunch

Imagem: Brett Jordan/Unsplash/CC