Pesquisa aponta que 75% das mulheres temem vazamento de dados - Vida Celular

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Infelizmente, não é apenas no mundo real que as mulheres se sentem ameaçadas: uma pesquisa do dfndr lab descobriu que 75% do público feminino tem medo de vazamento de dados ou ataques cibernéticos. O relatório, que entrevistou quase 17 mil brasileiras, destaca que uma em cada quatro mulheres já foi vítima de algum tipo de ameaça virtual ou golpe.

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De acordo com o levantamento, uma a cada três mulheres entrevistadas já foram abordadas por perfis falsos no celular, e uma em cada seis já teve o WhatsApp clonado. A pesquisa aponta que as principais queixas também estão, de uma forma ou de outra, associadas à condição de mulher: serem adicionadas por pessoas que não conhecem, além de receberem mensagens, fotos de partes íntimas não solicitadas e ameaças virtuais.

Ao contrário dos vazamentos de dados convencionais, os golpes com foco nas mulheres visam não só a fraude financeira ou falsidade ideológica, mas manchar a reputação da vítima e humilhá-la. As entrevistadas citaram assédio sexual e moral, golpes em apps de relacionamento, golpe do namoro virtual e vazamento de fotos íntimas como ataques mais frequentes. “O vazamento de dados de mulheres, geralmente, envolve ameaças, ódio e tem traços de vingança”, explica Emilio Simoni, diretor do dfndr lab.

A pesquisa, que coletou depoimentos anônimos das vítimas, contabilizou medo de perseguição virtual, receber imagens íntimas não solicitadas e vazamento de dados pessoais na internet. “Um estranho adicionou meu número e começou a me mandar fotos inadequadas”, aponta uma das entrevistadas. “Uma vez um garoto desconhecido pediu fotos minhas e como eu neguei, ele ameaçou me agredir”, diz uma entrevistada outro relato.

Reação é possível

A legislação brasileira já tipifica e prevê punição para crimes virtuais desde 2012, com a Lei 12.737. Entretanto, o dfndr lab apurou que 76% das mulheres nunca procurou ajuda ao sofrer vazamento de dados ou golpe cibernéticos cibernéticos. A pesquisa ainda aponta que 70% das entrevistadas sequer sabe como denunciar.

“Neste cenário, é muito importante ressaltar que os crimes em ambiente virtual sempre deixam rastros, há registros de IP, de mensagens enviadas e é possível, em alguns casos, identificar os criminosos com uma investigação”, afirma Simoni. “Por isso, é essencial que as vítimas sempre denunciem qualquer tipo de abuso no meio digital, assim como se o caso ocorrer ao vivo.”

Os especialistas de segurança do dfndr lab recomendam que a vítima colete evidências dos ataques virtuais: fotos, capturas de tela, salvar conversas e registros de e-mails. Feito isso, a vítima deve fazer um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima. Ao registrar a ocorrência, inicia-se a investigação e o procedimento cível por reparação de danos.

Para a segurança pessoal, o dfndr lab recomenda que as vítimas instalem uma solução de segurança, como o dfndr security. Além disso, recomendam a autenticação em dois fatores do WhatsApp nem compartilhar dados pessoais (fotos, identificações ou localização no mapa). Por fim, sempre procurar as autoridades caso se sinta ameaçada.

Imagem: Andrea Picquadio (Pexels)