No mês passado, a Suprema Corte do Reino Unido decidiu que o Uber é obrigado a reconhecer seus motoristas como funcionários e pagar salário mínimo a eles, além de outros benefícios como aposentadoria e férias. O gigante de compartilhamento de viagens aceitou a decisão, mas disse que só vai pagar quando os motoristas estiverem transportando passageiros, não enquanto esperam por uma corrida ou no trajeto entre um passageiro e outro.
O valor do salário mínimo no Reino Unido é de £ 8,72 (ou R$ 67,91) por hora.
A mudança entra em vigor hoje, 17/03, segundo a BBC. A decisão de que o Uber precisa pagar salário mínimo aos motoristas veio depois de uma batalha judicial de cinco anos nos tribunais do Reino Unido. Como Dara Khosrowshahi, presidente-executivo do Uber, escreveu para o Evening Standard sobre a questão: “Essa é uma melhora significativa para os padrões de trabalho dos motoristas do Reino Unido. Mas sei que muitos observadores não vão nos dar um tapinha nas costas por isso. E eles têm razão, mas espero que o caminho que escolhemos mostre nossa disposição de mudar”.
Especialistas consideram a mudança “um marco”
Mesmo que o Uber esteja fazendo o mínimo necessário para cumprir a decisão da Suprema Corte, líderes de sindicato e especialistas em leis trabalhistas comemoraram a notícia. Rachel Mathieson, advogada da firma Bates Wells que representa os motoristas do Uber, disse que a mudança é um “marco muito significativo”.
Infelizmente, entregadores de comida trabalhando para o Uber Eats não terão direito a salário mínimo, já que ainda são considerados autônomos.
Mas uma coisa positiva para os motoristas ingleses de Uber é que eles continuam podendo escolher quando e onde trabalham. Um dos argumentos da companhia no tribunal era que seus motoristas não podiam ser considerados funcionários porque podiam escolher quando trabalhavam ou não. Mas a decisão da Suprema Corte do Reino Unido é final, já que o país não faz mais parte da União Europeia e o Uber não tem como recorrer para uma instância mais alta, como apontou o The Next Web.
Imagem: freestocks-photos (Pixabay)