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A falta de chips que assola a indústria de tecnologia atualmente pode causar uma onda de componentes falsificados, alertam especialistas. Desde o começo da pandemia, a procura por aparelhos eletrônicos aumentou muito, com companhias e indivíduos procurando adquirir celulares, computadores, tablets e consoles de videogame. Para atender essa demanda, os fabricantes precisam de cada vez mais de semicondutores, que são geralmente produzidos por fundições terceirizadas e que no momento estão com suas linhas de produção sobrecarregadas.

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Muitas companhias, sejam fabricantes de aparelhos domésticos como micro-ondas até o setor automotivo, precisam encontrar um jeito de conseguir chips ou fechar toda uma linha de produção. E claro, esse desespero por componentes está se mostrando uma oportunidade de ouro para falsificadores.

“Se na próxima semana você precisa de 5 mil componentes ou sua linha de produção vai fechar, você estará numa situação de comprar no desespero, e acaba baixando sua guarda”, disse Diganta Das, pesquisador de eletrônicos falsificados do Center for Advanced Life Cycle Engineering (CALCE), ao ZDNet. “Você não vai aplicar suas regras de verificar o vendedor ou fazer um extenso processo de testes. E isso pode se tornar um grande problema.”

Grandes companhias têm cadeias de fornecimento de chips bem estabelecidas, então provavelmente não serão tão afetadas por componentes falsos. Mas empresas menores dependem de distribuidoras franqueadas, que compram direto dos fabricantes de chips, ou distribuidoras independentes, que compram componentes de vários lugares. Distribuidoras franqueadas e independentes hoje atendem um quarto da indústria.

Os riscos de usar componentes falsificados

Para Steve Calabria, fundador da distribuidora independente PC Components, e parte do grupo Independent Distributors of Electronics Association (IDEA), a indústria está à beira de um grande problema com componentes falsificados. “Estamos vendo companhias que nunca foram avaliadas por outras empresas da indústria aparecendo com quantidades significativas de partes que estão em falta. Mas o que parece bom demais para ser verdade é mesmo bom demais para ser verdade.”

Companhias falsificando componentes usam dois métodos: clonar chips do zero ou reciclar chips de lixo eletrônico, limpando marcas e colocando em novas embalagens para que os componentes pareçam novos. Usar componentes falsificados, mesmo sem saber, pode fazer com que aparelhos quebrem antes do tempo ou falhem em certas condições.

“Acho que não há uma conscientização sobre isso na indústria”, disse Michael Pecht, professor de engenharia mecânica da Universidade de Maryland. “Penso que as empresas pensam demais em cumprir metas, e não sobre a questão de componentes falsificados. Estou particularmente preocupado com as indústrias médica, militar e de segurança no geral. Até com a indústria automotiva até certo ponto.”