O Procon de São Paulo — após multar a Apple pela ausência de carregadores e intimar a LG pelo fim das operações mobile — está em cima do Uber Eats para a plataforma explicar possíveis golpes praticados por pessoas que usam o serviço. O órgão de defesa do consumidor chamou a companhia para explicar sobre as taxas adicionais que alguns entregadores praticam de forma ilegal.
Não bastasse o usuário ter um gasto adicional na entrega do pedido, por muitas vezes os golpistas que utilizam o Uber Eats conseguem cobrar valores acima dos que são apresentados na máquina de cartão que utilizam — provavelmente modificada, pelo menos nas informações mostradas na tela. A plataforma explicita que há comunicações no app informando que, compras com pagamento online, não possuem taxas adicionais a serem quitadas na entrega. O Procon de São Paulo, porém, diz que esta informação não é demonstrada de forma ostensiva.
Uber tenta se esquivar da responsabilidade do “golpe do entregador”
Por isso, o órgão de defesa do consumidor diz ser responsabilidade do Uber Eats arcar com os custos das fraudes praticadas através do serviço. A autarquia diz ser “atitude descabida” o aplicativo se esquivar da responsabilidade deste problema alegando ser “mera facilitadora de relação entre consumidores, restaurantes e entregadores”. O Uber Eats alega, ainda, que encerra a conta dos parceiros que fraudam os termos de uso do serviço.
Apesar do ofício do Procon de São Paulo revelar a prática da fraude no Uber Eats, o chamado “golpe do entregador” não é uma novidade e muito menos restrita a um único app. Outros serviços concorrentes já foram utilizados para a mesma finalidade, e a melhor forma — atualmente — disto ser evitado, é com o consumidor negando qualquer cobrança adicional fora do app. A autarquia ainda não detalhou como pretende fazer o Uber arcar com os prejuízos dos consumidores lesados.
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