James O’Keefe, um “jornalista” conservador de extrema-direita, virou manchete em 2010 por se disfarçar de funcionário de companhia telefônica para tentar invadir um prédio federal na Louisiana. Na ocasião, ele e três cúmplices foram presos. Agora, o fundador do Project Veritas está ameaçando processar o Twitter, que o suspendeu por operar várias contas falsas na plataforma para “amplificar e perturbar discussões artificialmente”, segundo a rede social.
O Project Veritas é conhecido por produzir vídeos de suas operações disfarçadas para denunciar a “corrupção” da mídia mainstream e grupos progressistas. Ou seja, espalhar fake news. Por conta de sua atuação questionável, o grupo foi banido do Twitter em fevereiro desse ano.
Num incidente mais recente, uma membro do grupo se passou por uma enfermeira no Tinder e teve cinco encontros com Charlie Chester, um técnico de mesa de som da CNN. Durante os encontros, a mulher teria gravado secretamente Chester dizendo que a rede estava envolvida numa conspiração de Covid-19 para eleger Joe Biden. Como o Gizmodo apontou, a audiência da CNN na verdade despencou desde que Trump saiu da presidência americana.
O fundador do Project Veritas disse no programa de Sean Hannity que vai processar o Twitter por difamação. Tanto a conta de O’Keefe quanto a do Project Veritas estão suspensas da plataforma. Pelo Telegram, ele negou repetidamente que comandava contas falsas no Twitter.
Para O’Keefe, o Twitter acusá-lo de criar contas falsas é uma difamação de seu caráter. No entanto, nem ele nem o Project Veritas parecem dispostos a abordar as questões éticas de ter uma funcionária do grupo fazendo uma conta falsa no Tinder para espalhar uma teoria da conspiração.
Via The Verge
Imagem: Gage Skidmore / Wikimedia Commons / CC