O Facebook encerra a semana com o fechamento de pelo menos 16 mil grupos que vendiam resenhas falsas para produtos na internet. Motivado por pressão de órgãos reguladores do Reino Unido, o desligamento dessas comunidades deve causar baque em um mercado que atuava de forma a valorizar produtos com opiniões robóticas, apenas para impulsionar o destaque dos mesmos em lojas virtuais.
Esses grupos vendiam tanto falsas resenhas positivas para produtos e serviços, quanto negativas. Assim, uma empresa podia afetar a imagem de um produto similar de sua rival. O consumidor, ao comparar resenhas em páginas de e-commerce, poderia se sentir compelido a ir na melhor avaliada. São várias as lojas virtuais com sistemas de avaliações dos usuários, com Amazon, Americanas e Magazine Luiza sendo alguns dos exemplos.
Além do desligamento, o Facebook se comprometeu a encerrar contas de usuários que criassem de forma repetitiva novos grupos para venda de resenhas falsas. A empresa também disse que está introduzindo novas tecnologias capazes de vigiarem grupos para detectar esse tipo de atividade, tornando mais difícil que usuários os encontrem na plataforma.
Facebook demorou para agir
Segundo órgão regulador do Reino Unido, porém, o Facebook demorou para tomar providências em relação aos grupos que comercializavam resenhas falsas: foi a segunda vez que o comitê específico para a questão precisou ser incisivo no assunto. Segundo o chefe-executivo da Autoridade de Mercados e Competição (CMA), Andrea Coscelli, a plataforma levou um ano para fazer a nova varredura.
Além disso, o Facebook tem outros grandes problemas para resolver atualmente: o mais recente vazamento de dados da empresa preocupa o Procon de São Paulo, que convocou a companhia para prestar esclarecimentos. Vale lembrar ainda que a plataforma se desdobrou ainda nesta semana para banir criadores de deepfakes, que com a ferramenta de inteligência artificial estavam distribuindo fake news convincentes.
Via The Guardian
Imagem: Brett Jordan/Unsplash