Numa colaboração com o Centre Pompidou de Paris, o Google Arts & Culture usou IA para tentar descobrir como Wassily Kandinsky ouvia suas pinturas. O artista russo tinha sinestesia, uma condição neurológica que permitia que ele ouvisse música nas cores e visse cores nas música. “O som das cores é tão definitivo que seria difícil encontrar alguém que pudesse expressar amarelo vivo como notas de baixo e lago escuro como agudos”, ele escreveu.
Os pesquisadores do Google tentaram replicar esse tipo de experiência usando aprendizado de máquina. A rede neural Transformer do Google foi alimentada com música da época de Kandinsky, depois eles usaram a inteligência artificial para gerar novas composições sonoras inspiradas nessas amostras. O resultado é Play a Kandinsky, onde você pode “ouvir” a obra Amarelo, Vermelho, Azul, que o artista pintou em 1925.
Na experiência, o usuário dá play nas diferentes cores para ouvir os ritmos e instrumentos que Kandinsky associava a cada tom. Textos curtos para cada botão explicam as emoções que o pintor ligava a cada cor, como vermelho e agitado, e amarelo e atrevido. No site interativo, também é possível criar uma composição baseada nos seus sentimentos e compartilhar nas redes sociais.
O artista sonoro do projeto, Antoine Bertine, explica no vídeo sobre os bastidores do projeto: “Convidando a máquina para se expressar, a música meio que emergiu sozinha, e sentimos que, como artistas, éramos mais como intermediários da época de Kandinsky para hoje, ao invés de intérpretes da teoria”.
Ouvir a pintura de Kandinsky através desse projeto do Google pode não ser a mesma coisa que realmente ter sinestesia, mas é uma experiência quase psicodélica envolvendo cores e sons.
Via The Next Web