Alegando querer garantir a “estabilidade” na nação, a junta que deu um golpe militar em Myanmar na segunda-feira hoje bloqueou o Facebook, Instagram e WhatsApp. O Ministério de Comunicações e Informação escreveu numa carta postada na internet: “Pessoas que estão atrapalhando a estabilidade do país… estão espalhando fake news e desinformação e causando mal entendidos entre as pessoas usando o Facebook”, informou a Reuters. O bloqueio da rede social deve ir até 7 de fevereiro, segundo o Ministério.
Os cidadãos de Myanmar que se opõem ao golpe, antes do bloqueio, estavam se organizando pelo Facebook. Das 53 milhões de pessoas do país, cerca de metade usam a rede social. Yanghee Lee, uma investigadora da ONU na nação do Sudeste Asiático, disse em 2018 que em Myanmar “tudo é feito pelo Facebook”. Na terça-feira, por exemplo, profissionais de medicina se organizaram pela plataforma para uma marcha saindo de 70 hospitais locais. Agora os ativistas do país aparentemente estão usando o app de mensagens offline Bridgefy para se comunicar.
O Facebook já gerou várias polêmicas em se tratando de Myanmar. A plataforma foi criticada por não censurar apropriadamente o discurso de ódio contra a minoria muçulmana rohingya no país. Os rohingyas há anos sofrem com perseguição, mas Aung San Suu Kyi, a líder eleita de Myanmar, sempre olhou para outro lado. Suu Kyi foi presa depois do golpe, assim como muitos outros representantes eleitos.
Andy Stone, porta-voz da companhia, confirmou que Myanmar bloqueou mesmo o Facebook e disse: “Pedimos que as autoridades restaurem a conexão para que as pessoas do país possam se comunicar com parentes e amigos, e acessar informações importante”.
Via Business Insider
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