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A Apple sofreu um processo feita pela Coalition for a Safer Web (CSW), ou coalisão para segurança na Internet, por não banir o Telegram, como fez com o app Parler. Acompanhe a matéria e entenda o caso.

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Há pouco mais de uma semana, a Apple e o Google removeram o aplicativo conservador de mensagens Parler de suas respectivas lojas de apps. O aplicativo foi banido por motivo de acusações de que a plataforma era usada para incitar a violência nos EUA. As proibições vieram na esteira do ataque de 6 de janeiro ao Capitólio dos Estados Unidos.

Na semana passada, o CEO da Apple, Tim Cook, disse que a rede social Parler poderia ser bem-vinda de volta à App Store se prometesse seguir os Termos de Serviço da Apple. O CEO da Parler, John Matze, diz que não sabe quando ou se o app Parler vai ceder às exigências da Apple, o que significa que o aplicativo pode nunca mais retornar à App Store.

Telegram estava sendo usado por manifestantes

Do outro lado da história está uma ação movida contra a Apple pelo embaixador Marc Ginsberg e a CSW. O processo foi submetido ao Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Norte da Califórnia e acusa a Apple de não remover o aplicativo de mensagens Telegram da App Store.

Os acusadores dizem que a Apple sabe que “o Telegram está sendo usado para intimidar, ameaçar e coagir o público”. Alguns dos manifestantes podem ter usado o Telegram para coordenar e planejar o ataque. Um comunicado de imprensa da CSW de junho passado diz que o Telegram está sendo usado como um “canal de comunicação para o governo russo e grupos Neo-nazistas e nacionalistas brancos afiliados, semeando desinformação e divisão racial nos Estados Unidos e na Europa”.

O que diz o processo contra a Apple

O processo afirma que “grupos anti-negros e anti-semitas utilizaram abertamente o Telegram com pouca ou nenhuma moderação de conteúdo por parte da administração do Telegram”. E mesmo com os avisos da CSW, a Apple “não tomou nenhuma ação contra o Telegram comparável à ação que tomou contra Parler para obrigar o Telegram a melhorar suas políticas de moderação de conteúdo”.

O processo acrescenta que o Telegram pode ser usado para “coordenar e incitar a violência extrema” antes da posse do presidente eleito Joe Biden nesta quarta-feira. “Alguns usuários pediram aos seguidores que abandonassem os planos de um segundo protesto em Washington em favor de ataques surpresa em todo o país”, diz o processo, que pode ser visto na íntegra aqui.

Na ação, os autores acusam a Apple de ser seletiva ao decidir em quais aplicativos aplicará suas regras. O embaixador aponta que a Apple removeu Fortnite e Parler da App Store por não cumprirem as diretivas da App Store. Enquanto isso, a CSW diz que o Telegram “não empreendeu nenhuma ação significativa para conter essas violações flagrantes, sistemáticas e contínuas das diretrizes de aplicativos do réu por usuários do Telegram”. O Telegram é acusado de violar várias regras da App Store desde que foi lançado na loja da Apple em 2013.

A Apple e o Telegram tiveram algumas batalhas no passado. Por exemplo, em 2018, a Apple retirou o aplicativo temporariamente devido à presença de pornografia infantil no site. Naquele mesmo ano, o órgão regulador russo Roskomnadzor exigiu que a Apple parasse de disponibilizar o Telegram porque o desenvolvedor deste último não entregou as chaves de criptografia ao governo russo, conforme exigido pela lei russa.

Via Phone Arena

Imagem: Lobro78 (iStock)