O Facebook está finalmente colocando em ação seu prometido Comitê de Supervisão (Oversight Board, em inglês), que visa usar julgamento independente da companhia para defender a liberdade de expressão. Segundo a página oficial “o comitê será composto por aproximadamente 40 pessoas do mundo todo, que representarão um amplo conjunto de formações acadêmicas e origens”. Os membros vão julgar de maneira independente casos de apelação de remoção de conteúdo que pode “afetar muitos usuários ao redor do mundo”.
Segundo o Facebook, o Comitê de Supervisão terá autoridade para reverter decisões tomadas até pelo CEO Mark Zuckerberg. O comitê também julgará casos pertinentes ao Instagram.
Os casos julgados envolvem discurso de ódio, nudez e desinformação
São seis casos iniciais a serem julgados, quatro deles sobre discurso de ódio.
No primeiro caso, o Facebook removeu um post destacando declarações do ex-primeiro-ministro da Malásia, Dr. Mahathir Mohamad, sobre violência contra franceses. Outro post a ser julgado pelo comitê abordava o tratamento dos muçulmanos Uigures pelo governo chinês. Um caso particularmente espinhoso envolve usar propaganda nazista para mostrar os perigos do fascismo. O Comitê de Supervisão também julgará a remoção de posts denunciando os supostos crimes do Azerbaijão contra armênios do Facebook.
Em outro caso, um usuário brasileiro apelou sobre a remoção de imagens de seios em campanhas de conscientização sobre câncer de mama. No último caso a ser julgado, um usuário francês teve um post onde afirmava que cloroquina era uma “cura” para o Covid-19 removido da rede social.
Depois que os membros indicados para os painéis julgando cada caso tomarem uma decisão, o Facebook deve dar uma resposta dentro de 90 dias.
O Comitê de Supervisão também poderá fazer recomendações para as políticas do próprio Facebook. A dúvida aqui é se a plataforma vai mesmo fazer mudanças significativas quando o comitê for contra não apenas a remoção de um post individual, mas contra toda uma política da empresa.
Via Engadget